‘Queria chamar a atenção da Justiça’, diz idoso que atirou em frente ao STF
Homem de 69 anos atirou 4 vezes para o alto na Praça dos Três Poderes.
Ele será autuado por porte ilegal de arma e disparo em via pública.
O homem de 69 anos que foi preso nesta sexta-feira (21) por disparar
quatro tiros para cima em frente ao Supremo Tribunal Federal (STF)
disse, após prestar depoimento à polícia, que queria “chamar a atenção
da Justiça” e que não tinha a intenção de ferir ninguém. Ele será
autuado por porte ilegal de arma e disparo de arma de fogo em via
pública.
Aparentando estar confuso, Abdias Soares falou com jornalistas enquanto
era encaminhado para o carro da Polícia Legislativa. “Queria chamar a
atenção da Justiça para ver se a Justiça me ouve. Lá em Santo Antônio do
Descoberto eu fui à promotoria quatro vezes e eles nem quiseram fazer
boletim de ocorrência na Polícia Civil”, afirmou o idoso, sem
especificar o que pretendia relatar ao Judiciário.
O idoso foi preso pela Polícia Legislativa da Câmara quando passava em
frente ao Anexo IV da Casa, no momento em que retornava do prédio do
STF. O idoso contou que trabalha como caseiro em uma chácara do
município goaino de Santo Antônio do Descoberto, no entorno do Distrito
Federal.
A arma calibre 38 utilizada por Soares, com capacidade para seis balas,
foi apreendida pelos policiais legislativos na mochila do idoso, que
não tem passagens pela polícia. De acordo com a assessoria da Câmara, o
revolver está registrado em nome de uma empresa de segurança de
Pernambuco.
Soares e testemunhas que presenciaram a cena prestaram depoimento por
quatro horas na Coordenação de Polícia Judiciária do Departamento de
Polícia Legislativa. Em seguida, o idoso foi levado para fazer exame de
corpo de delito no Instituto Médico Legal (IML) de Brasília.
'Chamar a atenção'
Segundo a assessoria da Câmara, Abdias Soares informou aos policiais que disparou os tiros porque é réu em ações cíveis em Goiás, mas ele não deu detalhes sobre os processos. O idoso disse que teria procurado a Justiça do Estado, mas não conseguiu ser ouvido. Inconformado, relatou aos policiais, decidiu vir a Brasília e disparar em frente ao Supremo para “chamar a atenção”. "Eu atirei para o alto só", afirmou para deixar claro que não pretendia machucar as pessoas que passavam pelo local.
Segundo a assessoria da Câmara, Abdias Soares informou aos policiais que disparou os tiros porque é réu em ações cíveis em Goiás, mas ele não deu detalhes sobre os processos. O idoso disse que teria procurado a Justiça do Estado, mas não conseguiu ser ouvido. Inconformado, relatou aos policiais, decidiu vir a Brasília e disparar em frente ao Supremo para “chamar a atenção”. "Eu atirei para o alto só", afirmou para deixar claro que não pretendia machucar as pessoas que passavam pelo local.
Ao deixar a Polícia Legislativa, ele agradeceu pelo “tratamento” que
recebeu dos profissionais. “Eu estou enrolado há quatro anos e a Justiça
não estava me ouvindo. Eu agradeço muito essa Polícia Legislativa, que
não me tratou como prisioneiro, me tratou como hóspede. Eu estava
pressionado há quatro anos.”
A Polícia informou que Abdias Soares não apresentou “sinais de
embriaguez” durante o depoimento, mas aparentou ter algum “distúrbio
psiquiátrico”.
“Não cabe, porém, ao Departamento de Polícia da Câmara, confirmar tal
distúrbio. Um laudo deverá ser pedido pelo Tribunal de Justiça do
Distrito Federal e Territórios (TJDFT) para verificar a existência de um
eventual problema de saúde mental”, informou a assessoria em nota à
imprensa.
Ainda conforme os assessores da Câmara, o idoso é natural de
Itapemirim, no Espírito Santo. Ele nasceu em 3 de julho de 1944 e não
concluiu o ensino fundamental. Soares afirmou que mora em Santo Antonio
do Descoberto há cerca de 15 anos, mas não tem familiares na região.