PT barra Bolsonaro e presidirá Comissão De Direitos Humanos

Fonte: O Globo

Grupo de Feliciano, porém, vai integrar colegiado; PP fica com trabalho

Isabel Braga

Brasilia

 Diante da pressão de movimentos sociais, o PT decidiu assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, mesmo que esta não fosse uma prioridade para o partido. Dessa forma, aliados do pastor Marco Feliciano (PSC-SP), que assumiu o posto no ano passado, não poderão sucedê-lo. O deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) havia se lançado para a vaga. Mesmo fora do comando, Bolsonaro, Feliciano e integrantes da bancada evangélica não só vão integrar a comissão, como prometem continuar a polemizar os debates no colegiado.

- Eu, o deputado Feliciano e outros da bancada evangélica não vamos deixar a trincheira. Não vamos deixar ter seminário LGBT infantil, eles terão que dar quórum. E o presidente indicado pelo PT terá que ter conduta ilibada e agir de forma diferente da promiscuidade que sempre imperou do (deputado) Domingos Dutra (PT-MA) para trás. Não tinha espaço para a família tradicional, só para encontros gays - afirmou Bolsonaro.

Integrantes indefinidos
Ao lado de Bolsonaro, Marco Feliciano emendou:
- Diferentemente deles, não temos medo de encarar os assuntos e vamos para o debate. Estamos tranquilos, esvaziamos as pautas. Só se apresentarem novos projetos polêmicos. Mas nós nos articulamos, e essa comissão não nos assusta.
Segundo os dois, outros deputados da bancada evangélica também devem pedir para que seus líderes os indiquem para a Comissão de Direitos Humanos. Não é possível estimar ainda quantos poderão ser os representantes do grupo na Comissão. A escolha das comissões por partido foi feita ontem, mas os nomes dos novos presidentes e integrantes só devem ser conhecidos semana que vem.
- Não poderíamos deixar que a comissão caísse em mãos erradas. Atendendo a apelos de gente de todo o país, e depois de tanta polêmica, fez-se um grande esforço - disse o líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (SP).
O PT ficará ainda com o comando das comissões de Constituição e Justiça e Seguridade Social, que engloba a área de Saúde. Inicialmente, a bancada tinha outras prioridades, entre elas a de Agricultura e a de Educação. Alguns petistas defendem o nome da ministra Maria do Rosário, que deixará o cargo na Secretaria de Direitos Humanos para disputar novo mandato de deputada. Outro nome lembrado era o do deputado Nilmário Miranda (PT-MG).
O PP, que ameaçou indicar Bolsonaro aos Direitos Humanos, em arranjo com outros partidos, recuou da manobra e ficará com os comandos das comissões de Turismo e Trabalho.
O PMDB mantém a presidência de duas importantes comissões da Casa: Finanças e Tributação e Fiscalização Financeira e Controle. O PSDB presidirá as comissões de Ciência e Tecnologia e a de Relações Exteriores. O DEM ficou com a de Segurança Pública e o PPS/PV, com a de Meio Ambiente.