Nota do Ministério de Minas e Energia diz, contudo, que chance de desabastecimento no País é baixa
Anne Warth, da Agência Estado
BRASÍLIA - Pela primeira vez, o governo mudou o tom em relação aos
recorrentes problemas de energia elétrica que ocorreram nos últimos
meses e admitiu o risco de desabastecimento. Em extensa nota divulgada
nesta quinta-feira, 13, pelo Ministério de Minas e Energia, no trecho
final, em que o governo assegura a normalidade no fornecimento de
eletricidade este ano, a garantia é condicionada a fatores climáticos e
ao consequente comportamento dos reservatórios das hidrelétricas.
"Portanto, a não ser que ocorra uma série de vazões pior do que as já
registradas, evento de baixíssima probabilidade, não são visualizadas
dificuldades no suprimento de energia no país em 2014", diz o
comunicado.
A nota foi divulgada durante reunião do Comitê de
Monitoramento do Setor Elétrico (CMSE). O secretário de Energia Elétrica
do Ministério, Ildo Grüdtner, limitou-se a ler o comunicado, sem
responder às perguntas dos jornalistas.
O teor da nota oficial contrasta com as recentes afirmações do ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Um dia antes do apagão do dia 4 de fevereiro,
Lobão disse que o risco de desabastecimento era nulo. "Estamos com mais
de 40% nos principais reservatórios. Não enxergamos nenhum risco de
desabastecimento de energia. Risco zero", afirmou na ocasião.
O
governo confirmou que as chuvas e o volume de água que chega aos
reservatórios das hidrelétricas do País foram inferiores ao esperado.
Segundo o comitê, em janeiro e na primeira semana de fevereiro, as
afluências ficaram em 54% da média histórica nas regiões
Sudeste/Centro-Oeste e de 42% no Nordeste.
Ainda assim, o
ministério reiterou que há segurança e equilíbrio estrutural. Segundo o
governo, há uma sobra de energia de 9% em relação às projeções feitas
para o ano. A carga prevista é de 67 mil MW médios e há uma folga de 6,2
MW mil médios. A sobra considera um risco de 5% de que a oferta de
energia seja inferior à demanda, considerando a série histórica das
condições climáticas, iniciada em 1931.
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