sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Carvalho culpa PM

Fonte: Correio Braziliense
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, responsabilizou ontem a Polícia Militar do DF pelo tumulto em frente ao Palácio do Planalto na manifestação do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), na quarta-feira. Segundo o ministro, uma informação errada desencadeou o confronto que deixou cerca de 40 pessoas feridas, a maioria policiais.

Carvalho disse que o comando da PM recebeu a denúncia de que havia porretes em um dos ônibus usados pelos manifestantes quando, na verdade, o veículo guardava cruzes de madeira que seriam exibidas pelos sem-terra e pedaços de pau para montagem de barracas. "A PM teve uma informação, que eu não sei de onde veio, de que o ônibus do MST estava com porretes que poderiam ser usados contra a polícia. O comandante, que não vou criticar porque ainda não falei com ele, tomou a decisão de fazer um grupo da PM entrar na multidão para trancar o ônibus", declarou o ministro, ao deixar, ontem à noite, o Congresso Nacional do MST, no Ginásio Nilson Nelson.
A tentativa de interditar o ônibus provocou a reação dos militantes do movimento, que partiram para o confronto com os policiais. Para o ministro, foram os líderes da manifestação que evitaram uma tragédia maior, ao proteger os policiais. Procurada pelo Correio, a assessoria do GDF não retornou as ligações para comentar as declarações de Carvalho.
No evento do MST, a preocupação foi com a possibilidade de aprovação, no Senado, da chamada lei antiterrorismo. Considerado vago, o substitutivo apreciado nesta semana abriria margem para a criminalização dos movimentos sociais. "Felizmente, esse movimento foi nesta semana, pois o Senado quase aprovou uma lei que diz que se manifestar e ocupar prédio público é terrorismo. E é difícil encontrar alguém aqui que não seja enquadrado por ela", disse o pedagogo e presidente nacional do PSol, Luiz Araújo. "Estaremos com vocês na luta contra esse projeto, que surgiu como lei antiterror e que mostrou ser uma lei antipovo, uma lei antimanifestação", disse Márcio Astride, representante do Greenpeace na plenária. Além de Gilberto Carvalho, o PT foi representado pelo governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro, e por vários parlamentares do partido.

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