Governo federal não está conseguindo manter promessa de encaminhar os imigrantes em, no máximo, três dias
O governador do Acre, Tião Viana, esteve no Ministério da Justiça
ontem para tratar da presença de imigrantes haitianos em Brasileia e
acusou o governo federal de não cumprir a meta de manter cada haitiano
no Acre por, no máximo, três dias. Na última semana, a coordenação
estadual do abrigo montado em Brasileia, que tem capacidade para atender
cerca de 300 pessoas, registrou a entrada de mais 1,2 mil haitianos.
"Em dezembro do ano passado, o Ministério da Justiça acordou com o
nosso governo que o tempo máximo de permanência do imigrante em
Brasileia, seria de três dias. Infelizmente, o Ministério não alcançou
essa meta, mas a sua equipe continua preocupada com a situação e dando
atenção ao caso", disse o governador.
Tião Viana disse às
autoridades do governo que a situação é grave e que não está havendo,
nesse período, contratação dos imigrantes por empresas brasileiras. A
solução definitiva, porém, só será conhecida a partir do próximo dia 21,
para quando está marcada uma reunião interministerial sobre o tema, em
Brasília.
Em nota, a assessoria do governo do Acre sinalizou que
o fechamento de fronteira não é uma ideia defendida pelo governador,
mas somente por seu secretário de Justiça e Direitos Humanos, Nilson
Mourão. "Quanto à sugestão de fechamento da fronteira, vale ressaltar
que essa é uma sugestão do secretário. Por enquanto, não existe um
pedido oficial do governador", informou o governo na nota. Nilson
Mourão, que está em Brasiléia, classificou a situação do abrigo dos
haitianos como um "barril de pólvora".
"Poderá ocorrer uma
tragédia sabe Deus de que dimensões. O abrigo virou um barril de
pólvora. É doloroso dizer isso mas essa é a realidade. Continuo
defendendo o fechamento temporário da fronteira. O governador está
ouvindo com atenção e está consciente da gravidade do caso. Cabe a ele a
decisão de encaminhar o pedido ao governo federal", disse Mourão.
70 pessoas chegam com a intenção de entrar no Brasil pelo Acre todos os
dias. Desde o início de 2010, aproximadamente 15 mil imigrantes
entraram no país pela cidade de Assis Brasil, vizinha de Brasileia, na
fronteira com o Peru
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