BRASÍLIA - O governo do Distrito Federal (GDF) pretende comprar até
26.841 garrafas térmicas, ao custo de R$ 972,8 mil, para aparelhar 77
órgãos da administração local. A licitação, revelada sexta-feira pela
Rádio CBN, é mais uma da lista de compras polêmicas do GDF, que inclui a
aquisição, já cancelada, de capas de chuva para serem usadas na época
de seca. Nesta segunda, uma bola de futebol com imagens da campanha de
2010 do então candidato ao governo do DF Agnelo Queiroz foi levada ao
Estádio Mané Garrincha, que receberá sete jogos da Copa.
A bola estava na sala onde o governador, o ministro do Esporte, Aldo
Rebelo, e o secretário-geral da Fifa, Jérôme Valcke, deram entrevista. A
Coordenadoria de Comunicação para a Copa disse que a bola foi levada
por Isolino Pereira, beneficiário de um programa social do GDF que
queria dá-la a Agnelo.
A coordenadoria disse que foi um ato
isolado de Isolino, sem conhecimento prévio e autorização do governo do
DF. O programa social é vinculado à Secretaria Extraordinária da Copa;
assim, segundo o GDF, Isolino entrou no estádio usando seu crachá
funcional.
No caso das garrafas térmicas, o pregão foi feito
sexta-feira e envolveu quatro modelos, além de outros 23 itens de copa e
cozinha, como panelas e talheres.
Em nota, o GDF informou que o
pregão tem o objetivo de fazer uma ampla consulta de preços, não
prevendo a compra imediata dos materiais. Durante 12 meses, os menores
preços oferecidos ficam registrados. Nesse prazo, os produtos poderão
ser comprados caso sejam necessários e haja recursos disponíveis.
“O
quantitativo dos materiais previstos no pregão atenderá não apenas às
atividades administrativas dos órgãos e entidades do GDF, mas também à
prestação dos serviços públicos de responsabilidade desses órgãos junto à
população. Entre as unidades estão incluídas aquelas que realizam
atendimento à população, como as unidades de Saúde, as 656 escolas, as
unidades do sistema prisional, as unidades da Secretaria de
Desenvolvimento Social, que atendem à população em situação de
vulnerabilidade social, dentre todas as outras atividades que compõem a
rede de atendimento dos órgãos e entidades do GDF”, diz a nota.
Em
abril de 2013, entre os gastos com segurança para a Copa de 2014, o GDF
reservou R$ 5,35 milhões para a compra de capas de chuva que seriam
usadas por policiais militares. A Copa será disputada entre 12 de junho e
13 de julho, época de seca na capital federal. O GDF justificou a
compra: disse que as capas e demais equipamentos adquiridos não seriam
usados só na Copa.
No dia seguinte à revelação da aquisição, o
governo cancelou a compra e exonerou o então comandante da PM do DF,
Suamy Santana. Nota divulgada na época dizia: “O governador Agnelo
Queiroz decidiu trocar o comando da Polícia Militar do Distrito Federal
por considerar um ato desmedido a inclusão da compra de 17 mil capas de
chuva na licitação de aquisição de equipamentos policiais para as copas
das Confederações e do Mundo”.
Outra polêmica envolvendo o GDF foi
o aluguel de um jatinho para o governador percorrer o país. Em novembro
de 2013, após a repercussão do caso, Agnelo cancelou a licitação. O GDF
pretendia pagar anualmente R$ 1,371 milhão para ter um jatinho
disponível para viagens. O edital previa que deveria ser fornecida uma
sala VIP para acomodação dos passageiros e serviço de embarque no
aeroporto de Brasília. Também deveria ser oferecido serviço de bordo,
com “sucos, tábua de frios, almoço, jantar, sobremesa, prato de
entrada”.
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